terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para toda a vida

Foi assim: amor a primeira vista, pelo menos da minha parte... Ela era linda e conseguia de uma forma única expressar, externamente, aquilo que eu tinha internamente: "a rebeldia". Cabelos pretos, piercing no nariz (na época que ninguém tinha piercing no nariz), descolada, um pequeno sotaque americano, decorrente dos meses que tinha vivido lá. Ela era cool ao extremo....

Foi assim, que em 1993 eu conheci a minha melhor amiga, em um lugar muito improvável para se fazer amiga para toda a vida: o cursinho.

Eu tinha com ela uma relação de amor e admiração, ela era tudo o que eu queria ser, ela tinha tudo o que eu queria ter, até os cabelos lisos (vejam que cabelos lisos são minha obsessão até hoje e assunto muito recorrente neste blog!).

E por mais improvável que pareça, aquele contato diário por quatro meses nos tornou as melhores amigas. Mas aos 17 anos, tudo é intenso e qualquer colega é melhor amigo, qualquer paquera é namorado sério, qualquer queixa é problema grave... e ninguém poderia prever que 17 anos depois ainda seríamos melhores amigas.

E nossa amizade sobreviveu ao cotidiano, à distância de nossas casas e principalmente à maior distância que pode haver entre pessoas de 17 anos: a fase adulta.

Fomos para a faculdade (separadamente), namoramos (separadamente), terminamos namoro, sofremos, saímos, tomamos porres, curtimos, fomos trabalhar, batalhar e viver a vida, cada uma a sua vida, mas sempre uma participando da vida da outra.

O piercing foi embora, o cabelo ficou castanho avermelhado (e continuou maravilhasamente liso), a vida foi deixando marcas, mas ela não perdeu a rebeldia, nem o jeito doce e fofo de levar vida de forma zen e alegre.

E quando estou com ela eu tenho 17 anos de novo, e posso ver que, por traz de toda a nossas responsabilidades, problemas, e obrigações ainda somos meninas querendo apenas nos divertir, o que acontece inevitavelmente quando estou com ela, ou com os dela, porque uma pessoa assim só poderia ser rodeada de pessoas da "mais alta qualidade": pai, mãe, irmãs, cunhados, marido e filha são igualmente adoráveis e especiais.

Passados 17 anos, ela continua linda, com seus olhinhos puxados, amendoados, o sorriso livre, de quem sempre foi feliz na vida, as unhas coloridas como sua alma e o jeito carinhoso de colocar sua opinião, mesmo quando está discordando de mim...e depois de tanto que passamos juntas, eu amo e admiro ainda mais essa minha amiga, adoro ver que, acima de tudo ela se tornou uma pessoa extremamente feliz, que é tudo o que se pode desejar a quem se ama!

Bju, me liga Fá, porque eu adoro falar com você no telefone, mesmo que a D. Lina fique estressada!